“Duas Senhorinhas Rumo ao Norte", de Pierre Notte




“Duas Senhorinhas Rumo ao Norte, é uma fantasia ternurenta de um luto mal trabalhado. É a lengalenga da reconciliação, tardia mas real, entre uns e outros. É menos o desgosto da perda do que o instante onde se pode rir, também, talvez, subitamente como por magia, quando descobrimos uma morte. É o instante em que se diz uma graça, onde a vida agarra o ar”. (Pierre Notte)
“Duas Senhorinhas Rumo ao Norte” relata a viagem de duas irmãs, que acabaram de perder a mãe de noventa e sete anos e que iniciam uma jornada para irem ver a campa do seu pai, enterrado há vinte e cinco anos atrás. Este é o pretexto para a composição de uma “road-play” feminina, inteligente e com a subtileza dos jogos infantis, que labora sobre a espessura dos laços humanos. Para além da ternura e do encanto que emana das linhas poéticas de Pierre Notte, aquilo que melhor se percebe nesta peça é um libelo pela recuperação dos laços de fraternidade e uma exaltação pelas pequenas histórias que raramente chegam a merecer atenção mediática. Sendo, contudo, das pequenas tragédias pessoais que o mundo é feito.