TEP ESTREIA, NO AUDITÓRIO MUNICIPAL DE GAIA “AS RELAÇÕES DE CLARA”

O Teatro Experimental do Porto estreará, no próximo dia 21, pelas 21.30, no Auditório Municipal de Gaia, o 233º espectáculo, “As Relações de Clara”, da dramaturga alemã contemporânea, Dea Loher, com encenação de Luís Varela, que permanecerá em cena até 15 de Dezembro - de quarta-feira a sábado, às 21.30, e aos domingos, às 16.00. Com este espectáculo, e quando se aproxima o final do ano, são encerradas as comemorações dos 60 anos de actividade da decana das companhias do teatro profissional em Portugal, que é, simultaneamente, uma das mais antigas da Europa de iniciativa não-governamental. Com António Pedro, em 1953, introduzimos a encenação moderna e o sentido de unidade do espectáculo no nosso País; com Gonçalo Amorim, em 2013, estamos a desenvolver uma profunda renovação estética e de intervenção junto do público, em que a qualidade e a defesa da Cultura são o objectivo central.

Ao longo do ano de 2013: estreámos quatro novos espectáculos, um em co-produção com As Boas Raparigas, outro com o Teatro Nacional S. João; fizemos duas reposições, uma das quais também apresentada em Lisboa; estreámos um filme, de produção própria, no âmbito da Sessão Comemorativa de 18 de Junho; ao longo de dois dias, em organização conjunta com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, realizámos um Colóquio, que, através de comunicações académicas e mesas redondas com antigos e actuais encenadores, cenógrafos e figurinistas, debateram a importância do TEP no teatro português, e cujas Actas vão ser publicadas em livro, pela Fundação Eng. António de Almeida; publicámos o primeiro volume de uma nova colecção de textos teatrais; homenageámos cinco personalidades ligadas ao historial da instituição. No campo do teatro, fizemos em 2013, até agora, 110 representações a que assistiram 16.844 espectadores, numa média de 153 por sessão. Interviemos, uma vez mais, junto de escolas, secundárias, profissionais e colégios, com quem temos protocolos assinados, recebendo, em Vila Nova de Gaia, excursões organizadas oriundas de 68 concelhos de todos os distritos a norte do Rio Tejo, que assistiram aos dois espectáculos com incidência nos programas Curriculares do Ensino.

E, terminaremos este ano comemorativo, divulgando uma das grandes dramaturgas contemporâneas, Dea Loher, num espectáculo dirigido por um encenador de grande qualidade no teatro português, Luís Varela, que, pela primeira vez, colabora connosco.

“As Relações de Clara”, de Dea Loher, em tradução de António Henrique Conde, com encenação de Luís Varela, tem cenografia e figurinos de Catarina Barros, desenho de luz de José Nuno Lima, adereços de João Rosário, sendo interpretado pelos actores: Ângela Marques, Clara Nogueira, Helena Carneiro, João Cravo Cardoso, José Cruz, Paulo Calatré, Paulo Moura Lopes e Tiago Moreira. Está classificado para maiores de 16 anos.

“Clara era redactora técnica. Livros de instruções para electrodomésticos: ferros de engomar, máquinas de secar roupa... Clara provocaram o seu despedimento. A família próxima de Clara, a irmã doméstica e o cunhado bancário, desaprovam a sua decisão. Clara é uma mulher livre. Clara quer saber qual é o seu lugar no mundo neste novo milénio. Clara namora com o jovem Tomás que faz umas vezes isto, outras aquilo: fez uma formação profissional como talhante, foi barman, motorista duma empresa de entrega de encomendas, vendedor de roupas de homem... agora tem uma loja de velharias. Tomás tem também uma amante: uma professora de biologia reformada. Clara está muito optimista: quase teve um emprego como arquivista no Museu de história natural, quase trabalhou como cobaia na indústria farmacêutica... foi dar sangue no Hospital por vinte cinco euros. O cunhado de Clara quer começar uma vida nova, cheia de aventuras: faz no banco um desfalque de 34 mil euros para dar a Clara e partir com ela, talvez, para um safari em África. Clara é amante dum médico do Hospital. Vive num quarto sórdido na Pensão Rosa. A irmã de Clara descobre-se apaixonada pela professora de biologia e vive agora com ela: arranjou um emprego como chefe de vendas na loja de recordações do Parque de diversões. Está feliz. Clara prostitui-se? Clara suicida-se. Um misterioso chinês sem nome salva-a in extremis?” (Luís Varela)


O Director da Companhia


Júlio Gago