NÓS SOMOS OS ROLLING STONES, em ensaios

Estreia dia 8 de Maio,  "Nós Somos os Rolling Stones", de Rui Pina Coelho. Tem encenação de Gonçalo Amorim, música original de Paulo Furtado (The Legendary Tigerman), cenografia e figurinos de Catarina Barros, sonoplastia de Luís Aly, desenho de luz de José Nuno Lima e Movimento de Vera Santos. Com Daniel Pinto, Iris Cayatte, João de Brito, João Cravo Cardoso, Leonor Cabral e Paulo Moura Lopes. De 8 de Maio a 8 de Junho. De quartas a sábados, às 21H30 e aos domingos, às 16H00, no Auditório Municipal de Gaia.

  Nós somos os Rolling Stones é uma extravagância taumatúrgica, uma tentativa pueril de produzir milagres através da distorção sónica, um esforço conscientemente estéril em redimir a política pela invenção criativa. Nós somos os Rolling Stones é uma convulsão febril onde a temperatura não pára de subir. Numa rotunda, dois irmãos portugueses, numa noite de vigília, a meio de uma insónia, na véspera da sua saída do país para tentarem encontrar a felicidade na emigração, são visitados por uma “Fada”. Esta vem convencê-los que é no estrangeiro que a felicidade se pode encontrar, mas os irmãos refugiam-se, como num sonho, nos ensaios da sua banda de rock & roll.

            Evocando O pássaro azul de Maurice Maeterlinck, uma fantasia simbolista sobre a busca da felicidade, este espectáculo visa interpelar as actuais condições de vida e trabalho em Portugal, inquirindo os modos sistémicos de domínio que o modelo capitalista tem vindo a exercer sobre os indivíduos e, em particular, sobre a maneira como as condições laborais – cada vez mais degradantes e precárias – condicionam projectos de vida e desejos de felicidade. Nós somos os Rolling Stones é sobre o facto de nos últimos anos terem saído do país centenas de milhares de jovens. É uma declaração de solidariedade para com quem vai e um manifesto de resistência para quem fica. Nós somos os Rolling Stones é sobre o nosso país não ser o mesmo território dos nossos governantes. Nós somos os Rolling Stones é sobre o facto de nos termos de habituar a isto – a viver como pedras a rolar.